16/09/2024 às 11h37min - Atualizada em 16/09/2024 às 11h37min

Presidente do PT comenta sobre situação envolvendo Ternium e Usiminas

Deputada afirmou que não vê motivos para empresa deixar o Brasil

Redação
Foto: reprodução/ vídeo

A presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, afirmou que não vê motivos para a Ternium encerrar suas operações no Brasil, uma vez que a Justiça pode rever suas decisões. Ela também ressaltou que, nesse caso, o governo federal não pode intervir e a empresa é a mais prejudicada.

A fala da presidente foi durante sua visita ao Vale do Aço na última sexta-feira (13) em um encontro com os candidatos do PT na região. “Não vejo, talvez essa posição do grupo Italo-argentino tenha sido mais política. O Brasil é um dos países que mais tem recebido investimentos estrangeiros [...] Eu não vejo qualquer avaliação de risco aqui para não se investir no Brasil”, afirmou a deputada.

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Ainda durante a resposta, a presidente do Partido dos Trabalhadores afirmou que não tem como interferir em uma decisão judicial.

Todo mundo sabe que a justiça pode mudar decisões, isso faz parte do processo judicial brasileiro dependendo do entendimento de uma instância superior. Você não pode entrar em um risco de insegurança jurídica. Insegurança jurídica é quando você não tem segurança sobre sua legislação, fica mudando de uma hora para outra. Agora, decisão judicial não, isso acontece em qualquer país. “O governo não pode interferir nisso, o judiciário é um poder autônomo”, explicou.

Caso a empresa decida encerrar suas atividades no Brasil, os trabalhadores serão os mais atingidos. A situação gera grande preocupação entre os trabalhadores, que temem os impactos das possíveis decisões da empresa.

“Do ponto de vista dos trabalhadores é preocupante essa situação. O que eu acho que a gente teria que fazer, se não foi feito ainda pelo governo, é o ministério do trabalho e o governo procurarem uma mediação, independente da questão judicial, para ver o que é possível ser feito para isso não ser desmontado, ou seja, isso acabar com tantos empregos”, concluiu.

Decisão Judicial

Durante um encontro com jornalistas do Vale do Aço no mês de agosto, Pedro Teixeira, vice-presidente Jurídico e de Relações Institucionais da Ternium, expressou sua preocupação com as repetidas tentativas da CSN de enfraquecer a Usiminas para ganhar mercado. Segundo ele, essas ações podem gerar impactos na Usiminas e na economia do Vale do Aço.

Pedro criticou duramente o desrespeito da CSN em relação à decisão de vender as ações da Usiminas, adquiridas de forma ilegal em 2011. "Chama muita atenção o desrespeito da CSN quanto à decisão de vender as ações que comprou ilegalmente da Usiminas em 2011. Não deveria ter comprado, por conta da legislação antitruste, e fez um acordo em 2014 para vender boa parte da sua participação na Usiminas. Mas, 10 anos depois, a ordem ainda não foi cumprida. A CSN passou anos ignorando o compromisso com o Cade, e a Usiminas precisou entrar na Justiça para garantir o cumprimento da legislação antitruste. A Justiça Federal já deu razão à Usiminas, tanto no primeiro quanto no segundo grau, mas nem a decisão judicial a CSN acatou", explicou.

O vice-presidente da Ternium acrescentou que agora há uma ordem judicial para que a CSN venda as ações. “Então, hoje, existe um atraso da CSN na obrigação de venda, existe uma ordem judicial, aqui de Minas Gerais, para que essas ações sejam vendidas pela CSN. Acreditamos nas instituições brasileiras e que essa ordem judicial tem que ser cumprida pela CSN”, reforçou.

Ele também destacou que a CSN tem claros interesses em prejudicar a Usiminas. "A CSN votou contra o aumento de capital da empresa em 2016, que salvou a Usiminas. Tentou comprar a Usiminas em 2011. Como não conseguiu, quer prejudicar o concorrente. Queremos que a CSN respeite as regras do jogo e venda as ações da Usiminas".

Pedro Teixeira ainda abordou a recente decisão judicial que afeta a Ternium, afirmando que a empresa defenderá vigorosamente a posição de que não houve troca de controle em 2012, quando a Ternium comprou a participação da Votorantim e da Camargo Corrêa no Grupo de Controle da Usiminas. "Vamos utilizar todos os recursos possíveis para defender nossa posição de que a Ternium não assumiu o controle da Usiminas em 2012”.


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