20/09/2023 às 09h36min - Atualizada em 20/09/2023 às 09h36min

Lula na ONU: Brasil busca novo rumo longe do extremismo de Bolsonaro

Presidente evita contradições e reafirma compromisso com valores universais, incluindo paz, tolerância e direitos humanos.

Redação
Foto: Reprodução // Ed JONES / AFP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua participação na Assembleia Geral da ONU, deixou para trás o extremismo de seu antecessor, Jair Bolsonaro, e buscou reposicionar o Brasil como defensor dos valores universais, como paz, tolerância e direitos humanos.

Bolsonaro, em seus quatro anos de governo, ameaçou retirar o Brasil das Nações Unidas, rotulando-a como "uma reunião de comunistas". No entanto, após sua eleição, percebeu a utilidade da entidade e a utilizou como plataforma para promover seu discurso radical e negacionista. Em seu discurso na Assembleia Geral, Bolsonaro exaltou a ditadura, atacou a ciência e proferiu mentiras sobre uma variedade de tópicos, desde as queimadas na Amazônia até a eficácia das vacinas.


Lula, por sua vez, restaurou os princípios fundamentais da diplomacia brasileira em seu discurso na ONU. Defendeu a democracia, a cooperação internacional e a resolução pacífica de conflitos. Ele afirmou que "o Brasil está se reencontrando consigo mesmo. Com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo". Sua mensagem foi bem recebida, com aplausos interrompendo seu discurso sete vezes, algo que não acontecia com seu antecessor.

Além de demonstrar que o Brasil está sob nova direção, Lula também buscou se apresentar como porta-voz das nações emergentes, agora conhecidas como o "Sul Global". Ele criticou o protecionismo dos países ricos e cobrou ação efetiva para combater a fome, reduzir as desigualdades e enfrentar as mudanças climáticas.

Às vésperas de um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Lula renovou críticas aos EUA, condenando o embargo a Cuba, a perseguição a Julian Assange e a intervenção em conflitos alheios.

Lula também defendeu reformas na governança global, especialmente a ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Embora essa ideia tenha ganhado novos defensores, parece ainda distante de se concretizar. No entanto, é um alívio ver que o Brasil voltou a adotar essa abordagem na ONU, em contraste com a época em que nosso representante recomendava cloroquina do púlpito da Assembleia Geral.
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