Foto: reproduçãoSaul Klein, empresário e herdeiro do fundador das Casas Bahia, foi sentenciado pela Justiça do Trabalho a pagar uma multa de R$ 30 milhões após ser considerado culpado de explorar sexualmente mulheres e adolescentes, além de submetê-las a condições de trabalho comparáveis à escravidão.
O anúncio da decisão, feito na sexta-feira (14) pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), destacou que esta é a maior condenação por tráfico humano já registrada no país e a segunda maior por danos morais em casos de trabalho escravo.
O valor da indenização será destinado a três organizações não governamentais. Além disso, a Justiça estipulou uma multa adicional de R$ 100 mil para cada descumprimento da decisão, valor que poderá ser aumentado. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo foram designados para averiguar se houve infrações éticas ou legais por parte dos médicos que atendiam as vítimas na propriedade de Klein.
O MPT evidenciou que Klein atraía as vítimas com promessas enganosas de trabalho, particularmente jovens entre 16 e 21 anos, a quem prometia auxiliar na construção de carreiras de modelo. "Depois de serem atraídas, mulheres e adolescentes eram inseridas em um esquema ilegal de exploração na propriedade do empresário, sendo coagidas a manter relações sexuais com o réu por dias, sob intensa pressão psicológica e vigilância armada", relata o MPT. Restrição de liberdade e contaminações por doenças sexualmente transmissíveis foram algumas das consequências que as vítimas sofreram.
O caso foi inicialmente exposto por reportagens da Agência Pública e do programa Fantástico, da TV Globo, em 2021, que foram usadas como base para o processo contra Klein, juntamente com as denúncias feitas pela organização não governamental Justiceiras.
Em 2020, Saul Klein, filiado ao PSD, concorreu ao cargo de vice-prefeito de São Caetano do Sul, declarando um patrimônio de mais de R$ 61 milhões.
