16/07/2023 às 20h44min - Atualizada em 16/07/2023 às 20h44min

'Ame o Partido Comunista': novo slogan a ser exibido por igrejas na China

Agora devem exibir a frase "Ame o partido comunista, ame o país e ame a religião" em suas fachadas.

Imagem: Reprodução
Ser uma instituição de fé cristã na China é, muitas vezes, enfrentar uma luta contra o governo atual, liderado pelo autocrata Xi Jiping, chefe do Partido Comunista Chinês (PCC). Recentemente, esse partido passou a determinar que as igrejas devem mostrar um lema que exalta o comunismo em suas fachadas.

A organização Portas Abertas, reconhecida por seu trabalho em monitoramento religioso em todo o mundo, denunciou essa nova política. De acordo com eles, as mudanças foram primeiramente aplicadas na província de Zhejiang.


Segundo a denúncia, as igrejas da província, juntamente com outros estabelecimentos religiosos, agora devem exibir a frase "Ame o partido comunista, ame o país e ame a religião" em suas fachadas. Em resumo, o enunciado sugere que a lealdade ao Partido Comunista e ao patriotismo devem preceder a fé, equiparando ideologias terrestres à fé cristã, um paralelo que muitos fiéis veem como inválido.

Este movimento do governo chinês é parte de um processo conhecido como "sinicização", que tem como objetivo moldar todos os aspectos da vida no país, incluindo valores, tradições e religião, aos princípios estabelecidos pelo Estado.

Neste contexto, até mesmo a fé se torna uma ferramenta para disseminar as ideologias do governo, apesar de isso poder resultar na desfiguração de doutrinas e princípios fundamentais.

A Portas Abertas informou que "esta diretriz foi emitida pelo Departamento de Assuntos Religiosos da província e acredita-se que seja um 'experimento' que poderá ser ampliado para outras regiões do país."

Conforme o relato de uma fonte local, a mudança tem sido tão drástica que há a preocupação de que alguns cidadãos possam ficar confusos, sem conseguir distinguir se os prédios são locais de culto cristão ou instalações governamentais.

"Com o aumento da vigilância e das restrições, muitas igrejas domésticas deixaram de realizar reuniões em grandes grupos e se dividiram em grupos menores. Outras congregações recorreram a encontros online, mas isso se tornou cada vez mais difícil, devido à crescente fiscalização das autoridades chinesas sobre atividades na internet", concluiu a Portas Abertas.
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