Foto: Fernando Frazão/ Agência BrasilAgentes da Polícia Federal (PF) e servidores do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) desmantelaram uma operação ilegal de extração de cassiterita em uma área de fronteira entre os estados de Rondônia e Amazonas. Durante a ação, foi descoberta uma extensa área de devastação de 118 hectares, equivalente a 118 campos de futebol.
O delegado Thiago Peixe, da Superintendência da Polícia Federal em Rondônia, explicou que o local foi identificado por meio de um sistema de monitoramento via satélite, combinado com denúncias da população local. "É uma região distante das unidades policiais de Rondônia e Amazonas, uma espécie de área de difícil acesso, na qual só conseguimos chegar com o auxílio de aeronaves", afirmou, referindo-se aos equipamentos disponibilizados pelo ICMBio.
Com a aproximação das aeronaves, os garimpeiros empreenderam fuga e se esconderam na mata para evitar a prisão em flagrante. A extração ilegal de cassiterita ocorria em uma área que abrange o Parque Nacional Campos Amazônicos e a Terra Indígena Tenharim Marmelos.
A operação, denominada "Retomada" pela PF, contou com a participação de 20 agentes federais e oito servidores do ICMBio, que atuaram na região entre 29 de junho e 2 de julho. Durante a ação, foram identificadas áreas de extração ilegal de cassiterita, um minério do qual é extraído estanho.
De acordo com o delegado Peixe, esse tipo de garimpo ilegal causa sérios danos ambientais. Além do desmatamento, há também o risco de contaminação por combustíveis e substâncias tóxicas utilizadas no processo de separação do minério do solo. "Na região, existem rios de menor porte que deságuam em rios maiores, e as cavidades escavadas durante a mineração representam um risco de contaminação dos lençóis freáticos", explicou.
Na estrutura utilizada pelos garimpeiros, foram encontradas dez áreas de acampamento, nas quais foram apreendidas duas escavadeiras hidráulicas, 11 motores de dragagem, quatro geradores de energia elétrica e oito veículos, incluindo motocicletas e caminhonetes. Toda a estrutura foi destruída pelas autoridades, que estimam um prejuízo de R$ 8 milhões para a organização criminosa.
