01/06/2023 às 13h10min - Atualizada em 01/06/2023 às 13h10min

Ex-ministros de Chávez instam Lula a adotar postura solidária diante da crise venezuelana

Carta aberta pede coerência do presidente brasileiro na busca por soluções democráticas para a crise política, econômica e humanitária na Venezuela

Redação
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Quatro ex-ministros de Hugo Chávez expressaram suas preocupações em relação às declarações feitas pelo presidente Lula sobre a situação da democracia na Venezuela. Os ex-ministros divulgaram uma carta aberta na qual pedem que Lula e o governo brasileiro adotem uma postura solidária e coerente para encontrar uma solução para a crise política no país.

Os signatários da carta são Rodrigo Cabezas (ex-ministro das Finanças), Héctor Navarro (ex-ministro da Educação), Ana Elisa Osorio (ex-ministra do Meio Ambiente) e Oly Millan (ex-ministro da Economia Popular). Todos eles ocuparam cargos de destaque durante as gestões de Chávez, que foi presidente da Venezuela de 1999 até 2013, ano de seu falecimento aos 58 anos.

No documento, eles afirmam:


"Sempre fomos militantes da esquerda democrática e progressista. Com base nesse ideal, ousamos exigir, senhor presidente Lula da Silva, que o senhor e seu governo sejam solidários e coerentes com uma saída democrática para a crise política, econômica e humanitária na Venezuela e, dessa forma, solidários com as vítimas, incluindo os mais de 6 milhões de venezuelanos forçados a migrar, e nunca com aqueles que causam essa situação".


Na segunda-feira (29), durante o encontro com o sucessor de Chávez e atual presidente Nicolás Maduro em Brasília, Lula afirmou que a Venezuela é "vítima de uma narrativa de antidemocracia e autoritarismo". Ele instou Maduro, que não visitava o Brasil há oito anos, a "apresentar sua narrativa para que as pessoas possam mudar de opinião".

As declarações de Lula provocaram uma forte reação, incluindo as respostas do presidente uruguaio Luis Lacalle Pou e do chileno Gabriel Boric, durante a reunião de presidentes sul-americanos convocada por Lula. Na quarta-feira (31), o grupo de ex-ministros reforçou o repúdio às declarações.

Na carta, os autores questionam: "Senhor presidente, o senhor sabe que o regime autocrático venezuelano ousa se gabar orgulhosamente da 'aliança cívica, militar e policial' para justificar sua tentativa de hegemonia política e social?".

Eles também mencionam a existência de 281 presos políticos atualmente, o cancelamento de mais de 300 licenças de rádio e o bloqueio de mais de 50 sites de notícias na internet, além de se referirem ao "terror do Estado". "O governo venezuelano tem cometido violações flagrantes e sistemáticas dos direitos humanos, incluindo execuções arbitrárias, tratamento cruel e tortura, configurando crimes contra a humanidade", criticam os ex-ministros.


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