24/02/2024 às 12h07min - Atualizada em 24/02/2024 às 12h07min

Pico da dengue deve ocorrer até maio, e frear alta de casos é desafio: ‘Devemos evitar mortes’

Com mais de 740 mil casos prováveis até fevereiro, o país enfrenta um cenário preocupante, com especialistas alertando para a possibilidade de um pico entre abril e maio. O Brasil pode chegar a 4,2 milhões de casos

Assim como dengue e zika, o chikungunya também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti/Getty Images
Com mais de 740 mil casos prováveis até fevereiro, o país enfrenta um cenário preocupante, com especialistas alertando para a possibilidade de um pico entre abril e maio. O Brasil pode chegar a 4,2 milhões de casos de dengue em 2024, quase o triplo do que foi registrado em 2023. Essa estimativa do Ministério da Saúde coloca o país em alerta máximo, com especialistas prevendo um recorde histórico de casos e mortes.

Até 22 de fevereiro, o Brasil já contabilizava mais de 740 mil casos prováveis, um aumento de quase 350% em relação ao mesmo período do ano passado. As mortes também acompanham essa escalada, com 151 confirmadas e 501 sob investigação. Em 2022 e 2023, o país já havia registrado recordes de óbitos, com 1.053 e 1.094, respectivamente. Diante da explosão de casos, o desafio é frear a alta e evitar mortes, Kleber Luz, infectologista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e consultor da OMS, reconhece a dificuldade em reverter a situação, mas reforça a necessidade de mitigar o problema.

“É preciso capacitar profissionais de saúde para o tratamento adequado da dengue, garantir a disponibilidade de insumos como soro e, principalmente, evitar as mortes”, alerta o especialista.


Cinco estados e o Distrito Federal já decretaram emergência em saúde pública por causa da dengue.

Quando esperar o pico da doença?

Segundo Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a previsão é incerta.

“O pico depende das condições climáticas. Se tivermos temperaturas altas e muita chuva, pode ser entre abril e maio. Caso contrário, com temperaturas mais baixas, pode ser em março e abril”, explica Naime.


Embora a data do pico seja imprecisa, os especialistas acreditam que a curva de casos deve começar a cair no inverno, com junho e julho registrando uma diminuição histórica.

Medidas governamentais:
  • Intensificação das campanhas de conscientização sobre a importância da eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti;
  • Investimento em ações de controle vetorial, como nebulização e fumacê;
  • Capacitação de profissionais de saúde para o diagnóstico e tratamento da dengue;
  • Garantia de insumos e medicamentos para o atendimento aos pacientes.
Participação da população:
  • Eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, como água parada em vasos de plantas, pneus, calhas e caixas d’água;
  • Uso de repelentes e mosquiteiros;
  • Colaboração com as ações de controle vetorial do governo.
  • Somente com um esforço conjunto será possível frear a epidemia de dengue e evitar mortes.

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