Depois das chuvas intensas que assolaram diversas cidades brasileiras no final do ano passado e início deste ano, seguindo-se dias de sol e tempo mais estável, a infestação de larvas do mosquito Aedes Aegypti, transmissor das arboviroses, cresceu em estados como Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal. No município de Ipatinga, segundo o último Levantamento de Índice Rápido de Aedes Aegypti (LIRAa), a situação não é diferente e o grau de infestação levantado foi de 7,4%.
A prefeitura está agindo em todas as regiões da cidade, com diversas frentes de atuação, para conter a proliferação dos criadouros e ataque aos pontos de maior infestação. É maciça a mobilização de Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s) e Agentes de Combate a Endemias (ACE’s), além dos carros e outros equipamentos móveis para aplicação de fumacê, além da melhoria da infraestrutura da rede de saúde para atendimento a pessoas afetadas por dengue, zika e chikungunya.
Noúltimo Levantamento de Índice Rápido de Aedes Aegypti (LIRAa),realizado pelo governo municipal neste mês de janeiro, foram visitados mais de 4 mil imóveis em uma semana, apurando-se uma infestação de 7,4%. O LIRAa anterior, medido em novembro do ano passado, foi de 3,6%. A infestação acima de 4% já sinaliza alto risco de transmissão.
Combate intensivo
Tendo em vista o número elevado de focos do mosquito e também da multiplicação doscasos de arboviroses na cidade, com iminente perigo à saúde pública, o Executivo decretouna semana passada situação de emergência no município.
Um grande efetivo, com mais de 250 servidores, está em ação para limpar a cidade de tudo que possa armazenar água e servir como criadouro de larvas. O mutirão trabalha em várias frentes de limpeza de córregos e lotes vagos, visitas domiciliares e recolhimento de materiais inservíveis.
Situação por região
O novo LIRAa aponta os bairros com maior infestação:Bom Jardim, Ferroviários, Horto, região industrial e da Usipa - 12,8%; Veneza - 10,3%; Esperança e Ideal - 10%; Granjas Vagalume e Bethânia - 8,5%; Caravelas e Jardim Panorama - 8,2%; Cidade Nobre e Iguaçu - 7,2%; Limoeiro, Chácaras Madalena, Córrego Novo, Barra Alegre e Chácaras Oliveira - 7,1%; Imbaúbas, Bom Retiro, Bela Vista, Bairro das Águas, Cariru, Castelo, Vila Ipanema, Centro, Novo Cruzeiro, Parque Ipanema - 5,6%; Vila Celeste - 5,5%; Tiradentes e Canaã - 3,6%; Canaãzinho e Vila Militar - 2,1%.
O fumacê e as ações do mutirão estão focados nas áreas com maior perigo de transmissão.
Criadouros mais encontrados
Depósitos Móveis (vasos/frascos, pratos, bebedouros) – 37,6%; Lixo (recipientesplásticos, garrafas, latas, sucatas em ferro velho) – 29,8%; Depósitos nível do solo (barril, tinta, tambor, tanque, poço) – 12%; Depósitos Fixos (borracharias, calhas, lajes) – 10,2%; Pneus e outros materiais rodantes (passíveis de remoção) – 7,6%; Depósitos Naturais – 1,6%; Depósitos Elevados (caixasd’água) – 1,3%.
Estrutura de atendimento
A prefeitura está adotandooutras ações de urgência na área de saúde e reforçando a estrutura de atendimento. Para socorrer os pacientes e atender pessoas com possíveis sintomas, o governo municipal instalou a UPA Sentinela, anexa à UPA24h. No local, que começa a funcionar nesta sexta-feira (19), serão atendidos pacientes com pulseiras verdes, a maioria com sintomas de arboviroses.
Outra medida adotada e que também passa a funcionar a partir desta sexta-feira é uma unidade de referência para o atendimento para as arboviroses, no caso a UBS do bairro Cidade Nobre, que funcionará 12 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive aos domingos. A Unidade de referência possuirá médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. As duas unidades direcionadas ao atendimento das arboviroses têm capacidade para atender em média 140 pessoas/dia. Todas as outras Unidades Básicas de Saúde continuam com os atendimentos normais.
A Secretaria Municipal de Saúde salienta quea cidade de Ipatinga é referência em Saúde na microrregião e recebe pacientes de 13 municípios. Assim, com o aumento das arboviroses, o número de casos vindos de outras cidades também aumentou e acaba sobrecarregando o sistema de saúde local. Por isso,é essencial que os municípios vizinhos também intensifiquem as ações de combate ao Aedes Aegypti.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, de dezembro a janeiro Ipatinga registrou cerca de 1.400 casos de dengue e chikungunya, sendo que até o momento não houve casos de zika.
Osecretário municipal de Saúde, Walisson Silva Medeiros, acentua que o momento requer atenção redobrada de toda a população: “Nós precisamos ressaltar que 80% dos focos de larvas foram encontrados dentro das residências. Então, é necessário que cada um faça sua parte, eliminando a água parada e não permitindo que os mosquitos se espalhem pela cidade”, reforçou.