O investigador de 48 anos da Polícia Civil, suspeito de participar do vazamento das fotos da autópsia da cantora Marília Mendonça, foi solto pela Justiça após passar 20 horas detido. A decisão da juíza Arlete Aparecida da Silva Coura, da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Santa Luzia, foi proferida às 15h40 dessa terça-feira (23), considerando as particularidades do caso e as condições pessoais do agente.
A prisão do investigador ocorreu na última segunda-feira (22), durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua residência. Durante a operação, policiais encontraram drogas em seu veículo, o que resultou em sua prisão por tráfico de drogas. Foram apreendidas no carro uma bucha e um cigarro de maconha, além de dez pedras de crack e 45 pinos de cocaína. No entanto, a juíza considerou a quantidade encontrada como não exorbitante, argumentando que a potencialidade lesiva da conduta não era das mais elevadas.
A magistrada também ressaltou que casos de condenação por tráfico de drogas envolvendo réus primários costumam resultar em penas restritivas de direitos em grau de recurso. Considerando as peculiaridades do caso e as condições pessoais do investigador, a juíza entendeu que a aplicação de medidas cautelares seria suficiente para evitar a repetição de incidentes semelhantes e assegurar sua participação nos atos do processo.
Dessa forma, o investigador foi liberado da prisão, porém sujeito a medidas cautelares. A juíza determinou a proibição de se ausentar da região metropolitana sem autorização judicial por período superior a 10 dias, a manutenção dos endereços residencial e profissional atualizados e o comparecimento a todos os atos do processo.
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o investigador deixou a Casa de Custódia da Polícia Civil por volta das 17h10 dessa terça-feira, após a decisão judicial.
A Polícia Civil, por sua vez, afirmou que só se manifestará sobre o caso após a conclusão dos trabalhos. A investigação sobre o vazamento das fotos da autópsia de Marília Mendonça continua em andamento e está sendo conduzida pela Corregedoria Geral. A corporação ressaltou que não compactua com condutas ilícitas e buscará dar uma resposta adequada à sociedade.