23/05/2023 às 16h00min - Atualizada em 23/05/2023 às 16h00min

Avanços brasileiros na vacinação contra dependência mostram promessa química

Estudos pré-clínicos com animais demonstraram eficácia na redução dos efeitos de drogas

Redação
Foto: Reprodução

Cientistas brasileiros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão progredindo no desenvolvimento de uma vacina destinada a minimizar os efeitos da cocaína e do crack no organismo. Os ensaios pré-clínicos realizados com animais obtiveram resultados promissores, revelando uma redução do impacto das drogas em camundongos. O projeto concluiu com sucesso as etapas pré-clínicas, evidenciando a segurança e eficácia do tratamento da dependência, além da prevenção de consequências obstétricas e fetais causadas pela exposição à droga durante a gravidez em animais.

Os próximos passos envolvendo a realização de estudos clínicos com voluntários humanos, porém, a obtenção de recursos é um fator crucial para dar continuidade ao projeto. Atualmente, não existem tratamentos oficialmente registrados em agências regulatórias para essas dependências, sendo as alternativas comportamentais comportamentais ou o uso de medicamentos que auxiliam na abstinência ou na redução da impulsividade.

A vacina desenvolvida pela UFMG induz o sistema imunológico a produzir produção que se liga à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga em uma molécula maior, incapaz de atravessar a barreira hematoencefálica, uma estrutura que regula o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central. O pesquisador responsável, Frederico Garcia, explicou que a vacina demonstrou eficácia na redução dos efeitos da droga, sugerindo um tratamento promissor para a dependência. Além disso, a vacina também mostrou potencial na prevenção de complicações obstétricas, como observado nos testes com taxas de grávidas.

A pesquisa enfrenta a dependência de cocaína e seus derivados, incluindo o crack.

O projeto já concluiu os testes pré-clínicos e agora busca financiamento para avançar para a fase de estudos clínicos com seres humanos. A vacina terapêutica da UFMG está concorrendo ao Prêmio Euro Inovação na Saúde, que reconhece importantes inovações médicas e incentiva o desenvolvimento de soluções na área. A votação está aberta para médicos com registro ativo em países participantes da premiação.


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