Um dos suspeitos de envolvimento na morte do sargento Roger Dias, em Belo Horizonte, denunciou ter sido torturado por policiais penais no presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves. A denúncia, feita pela defesa do detento, levou a sua transferência para o presídio Nelson Hungria, em Contagem.
Retaliações e agressões
Segundo o advogado Bruno Rodrigues, o cliente teria sofrido retaliações desde a sua prisão. As agressões, supostamente praticadas por policiais militares e penais, teriam se intensificado após a audiência de custódia, realizada em 7 de fevereiro.
O advogado relata que o detento não foi apresentado à audiência presencialmente, sob a alegação de que ele estaria com sarna. No entanto, Rodrigues afirma que não há registro da doença no prontuário médico do cliente. Ele também denuncia que o presídio se recusa a fornecer imagens das câmeras de segurança do dia em que o detento teria sido levado à portaria ensanguentado.
A defesa do réu considera que o caso envolve violência estatal e pede que as próximas audiências não sejam realizadas de forma online. "É impossível para o réu falar abertamente sobre violência dentro de uma unidade prisional", argumenta Rodrigues.
Investigação em curso: O juiz do Tribunal do Júri autorizou a transferência do preso e determinou a instalação de câmeras em frente à sua cela, além da realização de exame de corpo de delito. O Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen), a Polícia Militar e a promotoria de direitos humanos foram oficiados sobre as denúncias.